domingo, 10 de novembro de 2013

Saiba mais sobre a saga de Martinha, a menina da favela

“A favela, como a selva, é um mundo violento e cruel, onde a
sobrevivência depende de habilidades diferentes das necessárias em
outros grupos sociais.” Esta passagem reflete a tônica do romance A
menina da favela: uma narrativa crua, sem retoques, que dá a medida da
igual crueza da vida retratada na história.
A saga de Martinha – que vai desde a miséria na favela, passando por
outras agruras a ela relacionadas, como o alcoolismo, a violência, o
abuso sexual – traduz a humilhante via-crúcis de tantas meninas Brasil
afora. Uma menina que aprende a se valer da malandragem como
estratégia de sobrevivência, e que depois consegue escapar desse
ciclo, resgatando sua identidade, mesclando obstinação, doçura e
alegria de viver.
Heliópolis pode ser qualquer favela brasileira. Martinha pode ser
qualquer menina, dentre as vítimas dessa estrutura perversa. Muitas
sofrem como ela. A narrativa mostra que há a possibilidade de
reescrever esse destino aparentemente traçado e imutável. Basta
sonhar e lutar.
Tatiana Alves
Escritora e Doutora em Literatura

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